A palavra é transformação

Eu adoro frequentar feiras livres, observar o poder dos artesãos, admiro as peças, a arte, pensar na matéria prima e ver a obra finalizada, faz eu questionar, mas como isso foi possível?!

No momento estou encantada com as cerâmicas, e, conhecer um Ateliê foi engrandecedor, ali, tive a certeza que nada é idêntico, cada peça tem a usa particularidade, as diferenças podem ser sutis e passar despercebidas, mas, existem, creio que elas precisam existir para garantir a presença humana nas obras.

Num ateliê, fica claro que imprevistos acontecem, assim como na vida, nem tudo é perfeito ou transcorre dentro do esperado, rachaduras e bolhas se instalam, sem convite, em algumas, na verdade em pouquíssimas peças, nos obrigando a pensar em novas utilidades, e, assim, uma xícara de chá vira um vaso para suculentas, ali, também, fica nítido que tudo tem seu tempo, e, que é preciso respeitar o processo inteiro, não existe a possibilidade de pular etapas.

No mundo atual onde tudo se consegue num click, onde há uma corrida contra o relógio, onde se instala a busca excessiva pela perfeição, dar o seu melhor respeitando os seus limites, fazer a sua parte com o devido cuidado, e, depois, simplesmente, aguardar, pode ser um grande desafio, em especial, quando a espera chegar ao fim e se constatar inconformidades.

Realmente, facilidade com as mãos eu não tenho, eu não sou e nem tenho a pretensão de ser uma artesã, mas, admiro e valorizo a arte, pois, ela me ensina, me ajuda, me mantém original, e, fazendo meu trabalho com paixão!

Recebi uma carta depoimento de um mentorado e num trecho ele diz assim:

“… tenho para mim que foi um divisor de águas. Existe um eu de antes e outro depois de conhecê-la…”.

Creio que a jornada e o resultado do meu trabalho fortalecem a minha relação com o artesanato, de forma que, mesmo sem as devidas habilidades manuais, eu, ainda assim, percebo-me neste lugar!

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